sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Durante uma reunião de trabalho...

Hoje ouvi de uma moça com quem tive uma reunião de trabalho: "Nossa! Estou me apaixonando pelo Chaplin".
Eu sorri e disse simplesmente: "Ele é apaixonante."

Quem conhece sua obra, sua arte, não nega este fato. Quem não conhece, à medida que vai conhecendo, reconhece nele um dos maiores artistas de todos os tempos.

Ator, autor,  mímico, poeta, diretor, produtor, compositor, músico, dançarino, cômico, pensador.

Não é à toa que o ídolo atravessa gerações. A pantomima é a comunicação de todas as línguas. E ele foi um mestre da pantomima.

 Crianças, jovens e adultos entendem sua arte, pois ela tem um recado diferente a cada uma das pessoas. A doçura do olhar do vagabundo, suas peripécias, seu "andar" único, as confusões e situações hilárias criadas por ele encantam pessoas de todas as idades. Além disso, suas mensagens de liberdade, justiça, amor pelo ser humano  e coragem levam-nos a refletir que a arte não é só entretenimento.

O artista enxerga o mundo com sua alma e com seu talento e transforma o que ele observa em obras primas.

Essas obras primas são a mais pura tradução da alma humana, seus medos, seus devaneios, sua rotina, seus amores, seus risos.

Chaplin foi um tradutor dos anseios humanos, unindo amor, sonhos, risos e lágrimas.

Abaixo um vídeo-tributo a Charlie Chaplin. A canção de fundo é "Smile" de sua autoria. Arranjo original.




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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vídeos

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Emocione-se. Divirta-se.

domingo, 25 de setembro de 2011

1972 - O Oscar Especial e o reencontro com o "garoto"

Chaplin reencontra o "garoto" 51 anos depois.


1972 -  Um homem calvo de 58 anos espera no Aeroporto de Los Angeles o amigo Charles Chaplin,  que após anos de ausência, regressa aos Estados Unidos para receber um Oscar Especial.


Quando surge o homem de 83 anos, cabelos inteiramente brancos,  os dois imediatamente se reconhecem. Charles Chaplin e Jack Coogan.


Coogan foi aquela criança que encantou o mundo com seu charme, carisma e talento e emociona plateias até hoje com sua atuação no clássico " O Garoto" de 1921.


O sucesso do garoto Coogan foi imenso e ele ganhou milhões de dólares gastos displicentemente por sua mãe e padrasto. Por causa disso , foi criada nos Estados Unidos uma lei que protege o patrimônio de artistas mirins, obrigando os responsáveis a depositarem 30% dos ganhos dos pequeninos em uma conta poupança a ser resgatada apenas quando o artista completar 21 anos. A Lei Coogan recebeu o nome do "garoto" Jack.


Na noite em que Charles recebe o Oscar especial, Coogan estava lá e pode ser visto em close na plateia (ver vídeo abaixo) logo após o breve discurso de um Chaplin emocionadíssimo.


Muitos dizem que esta homenagem foi um pedido de perdão pela perseguição sofrida por Chaplin na era McCarthy, que culminou em sua expulsão dos Estados Unidos.


Segundo sua filha Geraldine Chaplin, ele havia recebido um visto para permanecer poucos dias nos EUA. Ao saber disso, ele disse bem humorado: "Nossa!!! Eles ainda me temem!!!"


Se havia alguma mágoa de sua parte, certamente não era contra à classe artística que o reverenciou naquela noite e a quem ele chamou quase em lágrimas de "pessoas doces e maravilhosas"


Abaixo, fotos do encontro de Chaplin e Coogan e dois vídeos do momento da premiação. O segundo, legendado em português.


 Na noite da homenagem, a plateia aplaudiu Charles Chaplin em pé, durante 10 minutos ininterruptos.



Jack Coogan e Charles Chaplin - cena de "O Garoto"

 Coogan e Chaplin - 1972 - Noite do Oscar

                                                                 Jack Coogan

Charles Chaplin



                         

                                                                        A homenagem

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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

The Final Speech - Video and Text - The Great Dictator




I'm sorry but I don't want to be an emperor. That's not my business. I don't want to rule or conquer anyone. I should like to help everyone if possible; Jew, Gentile, black men, white. We all want to help one another. Human beings are like that. We want to live by each others' happiness, not by each other's misery. We don't want to hate and despise one another. In this world there is room for everyone. And the good earth is rich and can provide for everyone. The way of life can be free and beautiful, but we have lost the way.

Greed has poisoned men's souls; has barricaded the world with hate; has goose-stepped us into misery and bloodshed. We have developed speed, but we have shut ourselves in. Machinery that gives abundance has left us in want. Our knowledge as made us cynical; our cleverness, hard and unkind. We think too much and feel too little. More than machinery we need humanity. More than cleverness, we need kindness and gentleness. Without these qualities, life will be violent and all will be lost. The aeroplane and the radio have brought us closer together. The very nature of these inventions cries out for the goodness in man; cries out for universal brotherhood; for the unity of us all.

Even now my voice is reaching millions throughout the world, millions of despairing men, women, and little children, victims of a system that makes men torture and imprison innocent people. To those who can hear me, I say "Do not despair." The misery that is now upon us is but the passing of greed, the bitterness of men who fear the way of human progress. The hate of men will pass, and dictators die, and the power they took from the people will return to the people. And so long as men die, liberty will never perish.

Soldiers! Don't give yourselves to brutes, men who despise you and enslave you; who regiment your lives, tell you what to do, what to think and what to feel! Who drill you, diet you, treat you like cattle, use you as cannon fodder! Don't give yourselves to these unnatural men---machine men with machine minds and machine hearts! You are not machines! You are not cattle! You are men! You have a love of humanity in your hearts! You don't hate! Only the unloved hate; the unloved and the unnatural.

Soldiers! Don't fight for slavery! Fight for liberty! In the seventeenth chapter of St. Luke, it’s written “the kingdom of God is within man”, not one man nor a group of men, but in all men! In you! You, the people, have the power, the power to create machines, the power to create happiness! You, the people, have the power to make this life free and beautiful, to make this life a wonderful adventure. Then in the name of democracy, let us use that power.

Let us all unite. Let us fight for a new world, a decent world that will give men a chance to work, that will give youth a future and old age a security. By the promise of these things, brutes have risen to power. But they lie! They do not fulfill their promise. They never will! Dictators free themselves but they enslave the people! Now let us fight to fulfill that promise! Let us fight to free the world! To do away with national barriers! To do away with greed, with hate and intolerance! Let us fight for a world of reason, a world where science and progress will lead to all men’s happiness.

Soldiers, in the name of democracy, let us all unite!

Hanna, can you hear me? Wherever you are, look up Hanna! The clouds are lifting! The sun is breaking through! We are coming out of the darkness into the light! We are coming into a new world; a kind new world, where men will rise above their hate, their greed, and brutality. Look up, Hanna! The soul of man has been given wings and at last he is beginning to fly. He is flying into the rainbow. Into the light of hope! Into the future! The glorious future! That belongs to you, to me, and to all of us. Look up, Hanna! Look up!

O Último Discurso - Vídeo e Texto - de O Grande Ditador





Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, gentios, negros, brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens… levantou no mundo as muralhas do ódio… e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios.
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem… um apelo à fraternidade universal… à união de todos nós.
Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora… milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas… vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia… da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano.
Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais… que vos desprezam… que vos escravizam… que arregimentam as vossas vidas… que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão!
Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!
Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos!
Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela… de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo… um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência.
Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

O Grande Ditador - The Great Dictator

The Great Dictator / The Dictator
Gênero: Comédia
Origem/Ano: EUA/1940
Duração: 128 min
Direção: Charles Chaplin

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Sinopse:     Charles Chaplin, durante um jantar, ouve um nazista expor suas ideias de purificação da raça. Revoltado, ele se recusa a apertar sua mão, dizendo que não aperta mão de nazistas. O alemão pergunta: "o que tem contra nós?". Chaplin responde com outra pergunta: "o que os senhores têm contra o mundo?". Dizendo isso ele abandona o jantar com seu melhor amigo. Ao despedir-se dele, seu amigo diz: "Você se parece com ele (Hitler). O bigodinho".

                  A mente do gênio transforma o comentário e o episódio em um obra prima do cinema mundial: O Grande Ditador.

                  Chaplin faz dessa vez dois personagens: o judeu e o ditador. Eles são idênticos. O judeu é um ex- combatente da primeira guerra que volta à sua vida normal depois de ficar um belo tempo internado em um hospital. Enquanto ele estava internado, muitos acontecimentos mudaram os rumos do mundo: o partido de Adenoide Hynkel (uma evidente paródia de Hitler) toma o poder e faz discursos inflamados, massificando e alienando a massa.





Nas ruas, os soldados invadem as casas dos judeus, agredindo-os, saqueando lojas e exaltando que os arianos são a raça superior. O pobre judeu sofre também por isso. Uma jovem pobre, Hannah, é maltratada, mas acaba socorrendo o judeu que acaba de chegar do hospital, onde esteve internado. A cena em que ela bate uma frigideira na cabeça de Chaplin tornou-se um bailado perfeito: tonto pelo golpe, ele sai "dançando" entre a calçada e a pista, com passos perfeitos.

A defesa acaba não adiantando muito, pois os soldados conseguem prendê-lo. Ele só é salvo porque um dos chefes o conhece da guerra, pois foram colegas.

Em outro plano, Hynkel prepara o grande golpe. Depois de uma grande discussão, Hynkel condena os judeus, e as pessoas começam a se esconder. Hannah e seus amigos fogem para Austerlich, onde encontram uma paz transitória. Hynkel tenta acordo com Napaloni (paródia de Mussolini), outro ditador. A competição entre os dois torna-se outro ponto chave para o filme, com um sempre querendo ser melhor que o outro. A guerra continua, e enquanto isso Hynkel vai caçar patos. Acaba sendo confundido com um judeu e é preso, depois de levar uns tapas. O pequeno barbeiro, por sua vez, é confundido com o ditador, e caminha para fazer o seu discurso. Ao invés de ouvirem o discurso inflamado do antigo ditador, o que se ouve é um dos textos mais belos e emocionantes de Chaplin. Uma exaltação à liberdade, à igualdade, à dignidade e à paz.




Tempos Modernos - Modern Times

 Modern Times
Gênero: Comédia
Origem/Ano: EUA/1936
Duração: 88 min
Direção: Charles Chaplin                                                           
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Sinopse:  Chaplin quis passar uma mensagem social.  E nada parece escapar: máquina tomando o lugar dos homens, as facilidades que levam a criminalidade, a escravização. O amor também surge, mas surge quase paternal: o de um vagabundo por uma menina de rua.



 


Um trabalhador de uma fábrica (Chaplin) tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase escrava. É levado para um hospital, e quando retorna para a “vida normal”, para o barulho da cidade, encontra a fábrica já fechada. Vai em busca de outro destino, mas acaba se envolvendo numa confusão: ao ver uma jovem roubar um pão para comer, decide se entregar em seu lugar. Não dá certo, pois uma grã-fina tinha visto o que houve e conta tudo. A prisão para ele parece ser o melhor local para se viver: tranqüilo, seguro e entre amigos. Mesmo assim, os dois acabam escapando e vão tentar a vida de outra maneira. A amizade que surge entre os dois é bela, porém não os alimenta. Ele tem que arrumar um emprego rapidamente.

Consegue um emprego numa outra fábrica, mas logo os operários entram em greve e ele mete-se novamente em perigo. No meio da confusão, encontra uma bandeira vermelha, que julga ter caído de um caminhão e chama pelo dono, enquanto acena com ela. Um grupo de militantes surge atrás dele, e “junta-se” ao vagabundo. A polícia chega e o toma como líder. Vai preso ao jogar sem querer uma pedra na cabeça de um policial.
A amiga consegue trabalho como dançarina num music Hall e emprega seu amigo como garçom. Também não dá certo, e os dois seguem, numa estrada, rumo a mais aventuras. Destaque: A canção "Smile" de autoria de Chaplin. Uma das mais belas canções de todos os tempos.


Luzes da Cidade - City Lights

City Lights / City Lights: A Comedy Romance in Pantomime
Gênero: Comédia
Origem/Ano: EUA/1931
Duração: 87 min
Direção: Charles Chaplin



Sinopse: O Vagabundo passeia normalmente pela cidade, e acaba encontrando uma jovem que vende flores. Ao perceber que é cega, ele se compadece, ao mesmo tempo que parece apaixonar-se por ela. Virginia vende flores para sustentar-se e à avó. Por causa de um mal entendido (ela ouve a porta de um carro fechar-se quando ele se despede), ela acaba pensando que o vagabundo é, na verdade, um milionário. Ele, decide mantê-la na ilusão.

Os dois tornam-se amigos, e se encontram constantemente. Na mente dela, trata-se de um lindo milionário. Um belo dia ela fica doente, e sua avó sai para vender as flores. Não é a mesma coisa, a renda das duas diminui muito. Carlitos decide ajudá-la de algum modo. Ele próprio tem um amigo milionário (que só é amigo dele quando está bêbado) e vai tentar ajuda junto a ele. Não consegue, pois o milionário está de partida para a Europa.

O vagabundo, em nome da amizade com a cega, decide fazer aquilo que detesta: trabalhar. E vai trabalhar limpando as ruas. Trabalha também como pugilista. Tudo em vão. Consegue pouco dinheiro, mas o que consegue, vai para que ela possa fazer a operação para que finalmente enxergue. Seu “amigo” milionário retorna e, bêbado, promete ajudá-lo. Em meio a um assalto à casa do milionário, o vagabundo é tomado como um dos assaltantes Há dinheiro em seus bolsos, mas dinheiro que foi dado pelo dono da casa. O milionário, já consciente, nada faz a seu favor. Vai preso.

Tempos depois sai da prisão triste e desamparado.

 Então ele vê sua amiga. Ela enxerga graças à ajuda que ele dera no passado. Agora ela é proprietária de loja de flores. Não passa mais dificuldades. Mas ela não o reconhece. Pensa tratar-se de um pobre coitado que precisa de sua ajuda. Ao pegar em sua mão e entregar-lhe uma rosa, percebe que o milionário que lhe ajudara é, na verdade, aquele pobre vagabundo.


O Circo - The Circus

Título Original: The Circus
Gênero: Comédia
Origem/Ano: EUA/1928
Duração: 71 min
Direção: Charles Chaplin



Sinopse: O vagabundo perambula pela feirinha do circo. Rouba doces de criança, diverte-se olhando os passantes, até que um assaltante rouba uma carteira e esconde-a no bolso de Carlitos. Este acaba sendo perseguido por policiais, que o julgam criminoso. E é fugindo do perigo, que ele adentra no circo e o público, julgando tratar-se de mais uma apresentação, aplaude euforicamente. Torna-se sucesso imediato.

O dono do circo, de olho em seu sucesso, decide contratá-lo e explorá-lo ao máximo. O vagabundo, contente por ganhar algum dinheiro, nem entende a verdadeira intenção do dono. Ele está mais preocupado com Merna, filha do proprietário, por quem se apaixona. Paixão impossível, já que ela ama Rex, o equilibrista.

Carlitos decide, então, treinar o bastante para tornar-se também ele um equilibrista. Não tem jeito. Fica triste. E triste, não consegue fazer o publico rir da mesma forma. Seu “número” começa a ficar sem graça.



Destaque para a cena de Carlitos dentro da jaula do leão. Absolutamente hilária.

                                   

O final traz uma das cenas mais lembradas do cinema mundial: sozinho, no meio da arena do circo, um close no rosto do vagabundo, e logo em seguida ele pega a estrela, dá um chute e segue seu caminho novamente.



Em Busca do Ouro - The Gold Rush

 Original: The Gold Rush
Gênero: Comédia
Origem/Ano: EUA/1925
Duração: 83 min
Direção: Charles Chaplin



Sinopse: Um pobre vagabundo segue em busca do ouro no Alasca. No meio de uma tempestade de neve, ele consegue encontrar uma cabana, mas lá tem que disputar espaço com outro homem, um bandido. Jim McKay, outro que está em busca do ouro, surge e acaba salvando a vida do vagabundo, e os dois tornam-se amigos.

Jim e Charlie fazem um acordo e o amigo parte em busca do ouro. Enquanto isso o vagabundo conhece Georgia, por quem se interessa, embora ela lhe rejeite: ela é, a princípio, apaixonada por um homem grosseiro, que frequenta o Café, onde ela trabalha.

Destaque para a seqüência em que ela promete ir passar o Ano Novo com ele e ele prepara uma ceia. Enquanto a aguarda, acaba dormindo e acontece a famosa dança dos pãezinhos.





Outro destaque é a cena em que os dois comem as botas, preparadas por Chaplin como se fosse um grande banquete, e também a ilusão de Jim, que corre atrás de Charlie, pensando que ele é um frango.

 



Ao final, Jim descobre uma mina de ouro, e os dois terminam ricos.

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O garoto - The Kid



O Garoto
The Kid
EUA/1921
Charles Chaplin
68 min

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 "Depois de Idílio Campestre, eu me sentia inteiramente vazio de ideias. Em busca de um alívio para esse desespero fui ao Orpheum à procura de distrações e, nesse estado de espírito, vi um dançarino excêntrico, que nada tinha de extraordinário, mas que ao terminar o número trouxe ao palco o seu filhinho, garoto de quatro anos, para o agradecimento ao público. O garoto, de súbito, deu alguns engraçados passos de dança e, lançando um olhar de inteligência a plateia, fez alguns acenos e desapareceu nos bastidores. A plateia delirou. Isso poderia ser uma banalidade em se tratando de qualquer outra criança, mas Jackie Coogan era realmente um menino encantador. Fizesse o que fizesse, o garotinho possuía uma aliciante personalidade." (Charles Chaplin, em "Minha vida").

Segundo Chaplin, interpretar com Coogan era fácil, tremendamente fácil. Ele já viera pronto, já dominava todas as regras básicas da pantomina (arte de interpretar com os gestos, imprescindível no cinema mudo). E foi assim que surgiu uma das duplas mais famosas do cinema, capaz de fazer rir e chorar.

Realizado em 1921, O Garoto conta a história de uma mãe solteira (Edna Purviance), desesperada por não ter como sustentar a si e a uma criança, resolve deixá-la dentro de um carro, num bairro nobre. Quem sabe assim o filho teria melhor sorte. Por azar, o carro é roubado, e o garoto abandonado num cortiço. Carlitos (Chaplin) encontra-o e tenta por todos os modos "reabandoná-lo" em qualquer lugar. Num momento vemos um vagabundo quase sórdido, abrindo um bueiro para jogar a criança lá. Mas dura só alguns segundos. Ele logo desiste e volta a ter o olhar sincero e puro do velho e bom Carlitos que conhecemos. Sem saída, o garoto é adotado.

Dura é a vida que os espera. Onde cabe mal um cabem mal dois. Jackie (Coogan), o garoto, cresce assim, em péssimas condições financeiras, mas cercado pelo amor de um pai que luta para sobreviver. Os meios, claro, justificam os fins. E os dois trabalham numa parceria de quebrar vidros e eles mesmos consertarem. As confusões seguem, até o momento em que a figura da mãe ressurge, agora rica, e tenta reaver a criança.

 Uma curiosidade é a seqüência de cenas mais linda do filme (e do cinema): a cena em que o garoto é levado pelas autoridades policiais para um orfanato. A cena reproduz, de certa maneira, o que aconteceu com o próprio Charlie, que também fora afastado da mãe e do irmão, sendo levado num caminhão. 

 O público estava acostumado com o vagabundo, suas estripulias e confusões, mas não com dividi-lo com um protagonista tão jovem e talentoso. A junção da comédia com o drama também ganhava proporções nunca antes testadas: Chaplin nos negou, a partir daquele momento, a escolha entre sorrir ou chorar. Você tem vontade de rir de sua miséria, mas sente-se também culpado por isso... rir de alguém que passa por tantas dificuldades? E tem vontade de chorar quando o vê defendendo seu garoto, com unhas e dentes, de ser levado pelos funcionários da justiça. O garoto chorando desesperado, o corte para um Charlie de olhos arregalados, preso por dois homens mais fortes por ele, a corrida pelos telhados, culminando com o desfecho do beijo entre os dois: uma das cenas mais bem realizadas em toda a história do cinema. Um filme que inicia, realmente, a obra chapliniana.
Charles Chaplin (Tramp)
Edna Purviance (Mother)
Jackie Coogan (The Kid)


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Filmografia

Filmes:
Carlitos Jornalista (1914)
Carlitos Fotogênico (1914)
A Estranha Aventura de Mabel (1914)
Carlitos e o Guarda-Chuva (1914)
Carlitos no Cinema (1914)
O Passatempo de Carlitos (1914)
Carlitos Galante ou Carlitos entre o Bar e o Amor (1914)
Carlitos Marquês (1914)
Carlitos Ama a Hospedaria ou Carlitos e a Patroa (1914)
Carlitos tem um Rival ou Carlitos Banca o Tirano (1914)
Carlitos Ciumento (1914)
A Maleta Fatal (1914)
O Casamento de Carlitos (1914)
Carlitos Criado de Café (1914)
A Esposa (1914)
Carlitos Apaixonado (1914)
Carlitos e a sonâmbula (1914)
Carlitos Árbitro (1914)
Carlitos  e as Salsichas (1914)
Carlitos Dentista (1914)
Carlitos no Teatro (1914)
Carlitos Pintor (1914)
Carlitos fas de Vedeta (1914)
Carlitos Enfermeiro (1914)
Carlitos Na Farra (1914)
Carlitos Porteiro (1914)
Carlitos e o Rival (1914)
Pastéis e Dinamite (1914)
Carlitos nas Corridas (1914)
Carreira Musical de Carlitos (1914)
O Engano (1914)
Charlote Passeia(1914)
O Homem Pré - Histórico (1914)
Charlote Bombista (1915)
Carlitos boxeador (1915)
Carlitos no Parque (1915)
O Vagabundo (1915)
Carlitos Pefeita Dama (1915)
Carlitos Aprendiz (1915)
Carlitos no Banco (1915)
Carlitos em Xangai (1915)
Carlitos Ladrão (1915)
Uma Noite no Music-Hall (1915)
Carmen (1915)
A Regeneração de Bronco Billy (1915)
Carlitos Quer Casar (1915)
Carlitos Caixeiro (1916)
Carlitos Bombeiro (1916)
Carlitos Maquinista (1916)
Carlitos Violinista (1916)
Carlitos Boêmio (1916)
The Count (1916)
The Pawnshop (1916)
Carlitos Patinador (1916)
Carlitos  na Rua da Paz (1917)
The Cure (1917)
Carlitos o Imigrante (1917)
Triple Trouble (1918)
Ombros Armas (1918)
The Bond (1918)
Vida de Cachorro (1918)
Dia do Prazer (1919)
Um Idílio nos Campos (1919)
The Professor (1919)
Clássicos Vadios (1921)
O Garoto (1921)

Carlitos Amador de Golf (1921)
Dia de Pagamento (1922)
O Peregrino (1921)
Opinião Pública / Casamento ou Luxo (1923)

Em Busca do Ouro (1925)
Camille (1926)
O Circo (1928)

Luzes da Cidade (1931)
Tempos Modernos (1936)
O Grande Ditador (1940)
O Barba Azul (1947)
Luzes da Ribalta (1952)
Um Rei em Nova Iorque (1957)
A Condessa de Hong Kong (1967)

Biografia



1889 - Nasce no dia 16 de abril, às 20 horas, em East Lane, Walworth, Londres, filho dos artistas de variedades Hannah e Charles Chaplin.
1895 - Estreia no teatro, cantando Jack Jones . Participa da companhia The Eight Lancashire's Lads . O garoto treina para acrobata, mas uma queda faz com que desgoste do circo.
1896 - Hannah Chaplin é hospitalizada para tratar de uma depressão nervosa. Charles e seu irmão Sydney passam dois anos num orfanato.
1901 - Morre seu pai, vitimado de alcoolismo.
1900 a 1911 - Trabalha em diversas peças de teatro, como Peter Pan, Sherlock Holmes e O gato de botas . Vai para a companhia London Comedians, de Fred Karno, onde permanece até 1911. Viaja pela primeira vez aos EUA com a companhia de Karno.
1912/1913 - Em sua segunda viagem aos Estados Unidos, alcança grande sucesso. É contratado pela Keystone Comedy Film para trabalhar como ator de cinema pelo período de um ano, com o salário de 150 dólares semanais.
1914 - Cria o personagem Carlitos e faz diversos filmes. Entre eles: Carlitos repórter, Corrida de automóveis para meninos, Carlitos dançarino, Carlitos e Mabel assistem às corridas etc.
1915 - Assina um contrato semanal de 1250 dólares com a Essanay para todo o ano. Todos os seus filmes passam a ser escritos e dirigidos por ele mesmo. Alguns filmes desse ano: Carlitos se diverte, Campeão de Boxe, O vagabundo, Carlitos em apuros etc.
1916 - Assina com a Mutual um contrato de 670 mil dólares para a realização de 12 filmes durante um ano. Alguns títulos produzidos: Carlitos no armazém, Carlitos bombeiro, Carlitos patinador , dentre outros.
1918 - Assina contrato com a First National e inaugura o seu próprio estúdio em Hollywood. Casa-se em outubro com a atriz Mildred Harris.
1920 - Divorcia-se de Mildred Harris.
1921 - Estréia O garoto e A classe ociosa.
1922 - Hannah Chaplin se junta aos filhos nos EUA e se instala em Santa Mônica.
1924 - Casa-se com Lolita Mac Murray, conhecida por Lita Gray.
1925 - Estréia de A corrida do ouro. Nasce o seu primeiro filho, Sydney Chaplin.
1927 - Divorcia-se de Lita Gray.
1931 - Estréia de Luzes da cidade.
1933 - Casa-se com Paulette Goddard.
1936 - Estréia de Tempos modernos.
1940 - Estréia de O grande ditador.
1941 - Divorcia-se de Paulette Goddard.
1943 - Casa-se com Oona O'Neill.
1947 - Estréia de Monsieur Verdoux.
1952 - Vai para a Europa. Estréia de Luzes da Ribalta.
1954 - Ganha o Prêmio Internacional da Paz.
1957 - Estréia do filme Um rei em Nova York
1962 - Recebe o título de doutor honoris causa pela Universidade de Oxford.
1966 - Realiza seu último filme: A condessa de Hong Kong.
1968 - Suicídio de seu filho Charles Chaplin Jr.
1972 - Recebe dos americanos o prêmio Oscar de Cinematografia.
1975 - Recebe o grau de Cavaleiro da rainha inglesa Elizabeth II .
1977 - Falece, aos 88 anos, no dia de natal.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Apresentação e considerações



Este blog é dedicado à vida e obra de um gênio: Sir Charles Spencer Chaplin.
A ideia é publicar relatos, imagens, informações, vídeos, frases, canções, pensamentos.
Falar ou escrever sobre Chaplin é ao mesmo tempo fácil e difícil. Fácil no sentido de que podemos abordar qualquer assunto do campo das artes e das humanidades e ali teremos um exemplo relacionado a ele. Difícil, pois atingir toda gama de talentos e virtudes desse artista e desse ser humano, requer muita pesquisa e extrema sensibilidade sem deixar de ser, contudo, racional. "Admirar" e "endeusar" estão separados por uma linha muito tênue que jamais poderá ser ultrapassada.
Estou empenhada em trabalhar na pesquisa e divulgação da vida e obra de um dos maiores artistas de todos os tempos. Um espaço para fãs e curiosos. Pessoas que desejam conhecer, aprofundar-se, emocionar-se, divertir-se, bem como comentar, sugerir, interagir. Com extrema dedicação inicio esta nova atividade. Estou curtindo muito. Espero que vocês curtam também. Grande abraço.

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